Physical Address

304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124

Mudanças na sociedade que estão tornando a moda mais inclusiva

Uma revolução se desenha das passarelas para o dia a dia, já que a inclusão e a diversidade estão ressignificando a moda

No passado, a moda já foi vista como excludente, afinal, determinava que apenas um biotipo era correto e incentivava um padrão de beleza. Conforme os anos passaram, essa questão mudou e as passarelas perceberam que as pessoas são diferentes. Por isso, é preciso trabalhar a diversidade.

Claro que essas mudanças começaram na própria sociedade, que parou de simplesmente aceitar o que era imposto pela mídia e começou uma campanha por corpos reais.

Assim, em uma busca rápida na internet ou em um passeio nas lojas físicas, é fácil encontrar um vestido de festa plus size e outras peças de roupa ideais para todos os tipos de corpos e pessoas. Ou seja, a moda está se tornando cada vez mais inclusiva e dando espaço para todos.

Lei de inclusão PCD foi o pontapé inicial

Quando a Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência foi criada, diversas oportunidades de trabalho foram abertas para essa parcela da população. Com isso, era preciso pensar em roupas adequadas para exercer as funções, de forma que pudessem ser elegantes, ergonômicas e confortáveis.

Como as necessidades de PCDs são diferentes, as peças de roupas precisavam ser pensadas para eles. Com isso, a moda precisou trazer novidades também para esse público, tendo, inclusive, pessoas com deficiência desfilando os modelos criados nas passarelas.

A expansão da inclusão

A verdadeira inclusão da moda precisava ir além das pessoas com deficiência, pensando também nos diferentes tipos de corpos. Assim, o conceito de inclusão passa a englobar pessoas baixas, altas, magras, gordas, jovens, velhas, além de pensar também nas identidades de gênero.

Essa expansão também aconteceu quando as pessoas começaram a não dar tanto peso para as marcas excludentes. Com as redes sociais, a informação se espalhava rapidamente quando uma pessoa dizia “não compro na loja X porque não tem roupas/calçados para mim”.

Redes sociais e práticas ESG impulsionam a questão

A moda sempre discutiu a questão da inclusão, no entanto, antes das redes sociais e do peso das boas práticas para uma empresa, era difícil que o assunto fosse adiante.

Depois da Lei da Inclusão da Pessoa com Deficiência e os crescentes comentários de “não me identifico com tais marcas”, era chegado o momento de mudar. Afinal, os consumidores e os movimentos sociais passaram a ter voz ativa.

Para os pequenos negócios surgia uma oportunidade, afinal, poderiam atender nichos específicos, que muitas vezes são esquecidos ou ignorados pelas grandes marcas. No entanto, é preciso entender quais são as especificidades exigidas por cada público.

Marcas precisam se tornar realmente inclusivas

Por mais que muitas empresas já ofereçam diferentes tamanhos de uma mesma peça, nem sempre a marca está sendo inclusiva. 

Uma pesquisa realizada pelo MindMiners, chamada Moda e Inclusão, mostrou que comprar roupas é difícil para quem está fora dos padrões. Segundo o estudo, “49% dessas pessoas disseram que quando uma roupa não lhe veste bem é porque a modelagem não foi pensada para o seu tipo de corpo. Outros 46% informaram que é pela dificuldade de vestir a peça”.

Tipos de corpos e tipos de bolso

Por mais que a inclusão hoje fale muito dos tipos de corpo e das pessoas com deficiência, ser verdadeiramente inclusivo vai muito além disso. É preciso pensar também nas classes sociais mais baixas, afinal, existe diversidade também nas classes C, D e E.

Muitas marcas estão engajadas na causa, mas acabam focando exclusivamente no público A e B, sendo que as demais classes sociais também precisam de roupas que condizem com suas necessidades.

O estudo feito pelo MindMiners, reforça, inclusive, que o preço é um fator de peso na hora de comprar uma roupa, mesmo que ela se adeque ao seu biotipo. Para mais de 60% dos entrevistados, o preço é o primeiro item a ser considerado.

Com isso, para o mercado da moda, mais uma oportunidade surge, principalmente para marcas interessadas em serem inclusivas e trabalhar com o público C, D ou E.